O depoimento do empresário Eike Batista, hoje (8), na
Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio, durou
dez minutos e mais uma vez ele reservou-se ao direito de permanecer
calado conforme orientação da defesa. Foi o que disse o advogado
Fernando Martins, que defende o empresário na acusação de pagamento de
propinas ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, para obter vantagens em
contratos com a administração estadual.
Ainda
segundo o advogado, hoje não havia a presença de procuradores do
Ministério Público Federal, como ocorreu durante o primeiro depoimento
de Eike na PF do Rio, na terça-feira (31), um dia após ser preso no
Galeão- Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao voltar de Nova York.
Logo
no início Eike avisou que falaria somente em juízo. Com isso, não foi
necessário fazer uma série de perguntas para ele sempre mencionar que
ficaria calado, como tinha ocorrido na primeira vez. “Ele prestou
depoimento só para o delegado de Polícia Federal e já de imediato ele
falou que vai prestar todos os esclarecimentos apenas em juízo”, disse o
advogado.
De
acordo com Martins não há previsão, pelo menos até o momento, de novos
depoimentos do seu cliente na Polícia Federal. Além de Eike foram
levados para a superintendência o ex-secretário de obras do governo
Cabral, Hudson Braga, o ex-subsecretário Francisco de Assis Neto, o
doleiro Álvaro Novis e os ex-assessores Ary Ferreira e Carlos Miranda.
Para o advogado a possibilidade da Polícia querer esclarecer
contradições em depoimentos anteriores, não se aplica ao seu cliente,
uma vez que quando o empresário esteve lá, pela primeira vez, ele também
ficou calado.
“Certamente deve ser com outras pessoas, porque
ele não falou nada e não pode cair em contradição. Não falou nem no
primeiro e nem agora”, completou, informando ainda que os depoimentos
foram em separado.
Início do processo
Fernando
Martins disse que agora que a Polícia Federal indiciou o empresário
junto a 11 pessoas na conclusão do inquérito da Operação Eficiência, na
investigação que apura autoria e materialidade pela prática dos crimes
de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, além de
organização criminosa, o próximo passo será a manifestação do Ministério
Público Federal se haverá ou não denúncia, que se aceita dará início ao
processo. Após esta etapa é que o empresário começará a prestar
declarações em juízo. “Ele está firme a confiando na Justiça”, disse
sobre o seu cliente.
Sobre o pedido de habeas corpus apresentado
ao Tribunal Regional Federal, ainda não há decisão, que caberá ao
desembargador Abel Gomes. “Estou bem confiante”, disse Martins sobre a
possibilidade do pedido ser atendido. Eike Batista está preso na
Penitenciária Bandeira Stampa (Bangu 9), Complexo Penitenciário de
Gericinó, em Bangu, na zona oeste.
Edição: Fábio Massalli
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
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