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Em Rodrigues Alves, cheia do Rio Juruá atinge cerca de 300 famílias

(Foto: Divulgação/Prefeitura de Rodrigues Alves)
Não é apenas em Cruzeiro do Sul que a enchente histórica do Rio Juruá, interior do Acre, tem provocado transtornos. Em Rodrigues Alves, município vizinho, aproximadamente 300 famílias foram atingidas pelas águas do manancial, que nesta quarta-feira (1) chegou a 14,21 metros, três centímetros acima da marca histórica registrada em 1995 e mais de um metro acima da cota de transbordo, de 13 metros.



Nesta quarta autoridades do município estiveram reunidos com o comandante da Defesa Civil do Acre, Carlos Batista, para pedir socorro para as famílias atingidas. Segundo o prefeito Sebastião Correia, escolas de comunidades como Praia da Amizade e Foz do Paraná dos Mouras já  servem como abrigo para essas pessoas, que já somam quase 1,5 mil.

“Estamos dando o suporte necessário, fazendo o levantamento dos prejuízos causados.  Este pessoal vive da produção de banana, mamão e pequenas criações e as plantações ficaram todas submersas", enfatiza.

O prefeito prevê, inclusive, escassez de produtos na região por causa da cheia.  "Teremos falta de banana, que é o carro chefe da produção familiar dos ribeirinhos. Estamos ajudando as famílias mais próximas da cidade e vamos ver como socorrer as pessoas das comunidades mais distantes. Precisamos de ajuda dos governos federal e estadual”, afirma.

Por causa da situação, a prefeitura já estuda decretar situação de emergência. O comandante da Defesa Civil disse ainda que orientou a administração sobre como organizar uma unidade do órgão no município para tentar conseguir apoio do governo federal.

Cheia histórica
Com a cheia histórica do Rio Juruá, interior do Acre, o governo federal anunciou nesta quarta-feira (1) que deve prestar apoio e assistência às famílias atingidas pelas águas do manancial.

A última grande cheia foi registrada em 1995, quando o nível do rio atingiu a marca de 14,18 metros. Ao todo, são 553 famílias retiradas de suas casas, sendo que 85 estão em três abrigos montados em Cruzeiro do Sul. A previsão do Corpo de Bombeiros da cidade é que o nível do rio se estabilize, porém, para que o nível diminua é preciso que as chuvas deem uma trégua.

O Ministério da Integração divulgou em nota que disponibilizou uma equipe - formada por servidores da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) -  para avaliar medidas de apoio às famílias. O anúncio foi feito pelo Ministro da Integração, Helder Barbalho.

O ministro afirmou ainda, em reunião com a parlamentares do estado, que deve ir ao Acre para sobrevoar as regiões afetadas pela enchente. A visita está prevista para ocorrer até a próxima sexta-feira (3).

Números da cheia
Apesar de não ser monitorada, a cheia do Rio Moa, um dos afluentes do Rio Juruá tem afetado comunidades que ficam às margens do manancial. Uma das mais afetadas, segundo os Bombeiros, é a do Paraná dos Moura.

Cerca de 8 mil famílias estão sendo afetadas diretamente com a cheia dos rios Moa e Juruá. Quatro abrigos foram montados na região: um no ginásio poliesportivo Alaiton Negreiros, o segundo na Santa Casa da Misericórdia e outro e dois  da comunidade Nari do Moa.

Sendo assistidas pelo poder público são 553 famílias, totalizando 2.563 pessoas. Destas, 468 estão desalojadas amparadas pelo Aluguel Social ou em casas de parentes e 85 estão se dividindo nos abrigos públicos montados na cidade. Os Bombeiros dizem que a possibilidade de um novo abrigo está sendo estudada.

Situação de Emergência
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, assinou o decreto de emergência ainda no sábado (28), quando o Rio Juruá chegou a 13,62 centímetros. Na ocasião, foi feita uma reunião entre representantes da Defesa Civil e do município e a previsão já era que o rio atingisse a cota histórica. O decreto foi publicado no Diário Oficial da terça-feira (31).

Morte de pescador
A correnteza do rio também acabou vitimando o pescador Edimar Pereira da Costa, de 46 anos, que caiu no Rio Juruá ao tentar jogar uma tarrafa para pescar em Cruzeiro do Sul. O corpo também estava preso a um pedaço de tronco. Na manhã desta terça (31), a irmã falou com o G1 e contou que o pescador era experiente e que não sabia o que havia acontecido.

"O que a gente sabe é que ele tava em uma parte seca do rio, na margem. Ele jogou três lances e no último sentiu a tarrafa pesada. Parece que tinha alguma uma coisa puxando ele e a tarrafa estava amarrada no braço dele. Ele caiu no rio e só foi possível ver as chinelas e o chapéu boiando", disse.


Adelcimar Carvalho 
Do G1 Cruzeiro do Sul e Região

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