O Campeonato Paraibano deste ano teve até agora oito rodadas. E o número
é quase o mesmo de trocas de técnicos. Sete treinadores já deixaram o
cargo nesta edição do Estadual. Auto Esporte (duas vezes), Serrano,
Sousa, Desportiva, Atlético e Treze já tiveram troca de comando. O caso
mais recente foi a saída de Oliveira Canindé, que deixou o Galo da
Borborema.
E o que os dirigentes têm a dizer sobre estas inúmeras trocas? O
Portal Correio conversou com os mandatários dos clubes que trocaram de
técnico para saber quais são os motivos e as opiniões deles?
Watteau Rodrigues, presidente do Auto Esporte, comentou sobre a
situação. Apesar das duas trocas no comando do time, ele se diz contra a
prática e fala que faz parte da cultura brasileira.
“Na minha visão, falta um tanto de planejamento a médio e longo prazo
dos clubes, e o Auto não está fora disto. Sou favorável de que não é
mudando o treinador, e sim o comportamento. É preciso ter um tempo de
maturação. Mas na nossa cultura o treinador é sempre quem é mandado
embora”, disse.
Perguntado então sobre as duas mudanças do Auto, Watteau afirmou que a
saída de Maia se deu por vontade própria do treinador e que ele próprio
admitiu que o time não estava conseguindo os resultados necessários.
O gerente de futebol da Desportiva, Gerson Júnior, endossou o
discurso de Watteau. Ele, que também já atuou como treinador, afirmou
que está tentando implantar uma filosofia no clube de valorizar
primeiramente o desempenho do time.
“Na Desportiva a gente primeiro avalia a performance da equipe. A
cultura do futebol prioriza o resultado e não o desempenho. Como é
avaliado primeiro o resultado, tudo cai em cima do treinador, o que eu
vejo como errado. A gente espera que esta cultura mude. No caso de
Wassil, após quatro rodadas, a gente não viu evolução da equipe. Então
conversamos e ele achou por bem se desligar. Foi em comum acordo, não
foi uma demissão”, explicou.
O presidente do Serrano, Valdir Cabral, falou que algo que tem que
ser prioridade é a boa relação do treinador com o grupo e com a
diretoria. Ele reconheceu a cultura do futebol e afirmou que às vezes é
mais fácil demitir apenas um e não o elenco todo.
“Vou ser sincero. No nosso caso, não havia uma boa relação com os
atletas. Então como solução do clube temos que dar um posicionamento.
Achar que é melhor para o clube. A gente tem que pensar em buscar o
melhor. Mas é como diz aquela frase: é mais fácil sair um do que sair
11.Não é que a diretoria pensa em trocar, mas acontece. Acho que nunca
vai mudar esta cultura no futebol”, disse.
A reportagem entrou em contato com os dirigentes de Treze, Sousa e
Atlético de Cajazeiras, mas as ligações não foram atendidas. Neste fim
de semana, o Paraibano terá mais uma rodada, que começa no sábado (24)
com o jogo entre Auto Esporte e Atlético. No domingo (25) ocorrem mais
quatro jogos.
Fonte: Por Rammom Monte- Portal Vale do Piancó Notícias
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