Salomão Abílio tem 31 anos de idade e
pelo menos vinte de pescador. Após a seca nos últimos anos que causou a
redução no volume do açude de Coremas, na Paraíba, adotou uma nova forma
de sustento de vida, já que a pescaria já não estava dando renda
suficiente. Começou a criar peixes em tanques e reservatórios,
colocá-los em reprodução e vender os alevinos, que são os peixes recém
saídos do ovo. Hoje ele tem, pelo menos, seis peixes da espécie
pirarucu, alguns atingindo até 62 quilos.
O açude de Coremas é o maior da Paraíba,
mas está atualmente com apenas 9,7% da sua capacidade total, segundo
dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). O estado tem
ainda 46 reservatórios monitorados pela Aesa - dos 127 que compõem o
monitoramento - em situação crítica, com volume inferior a 5% da
capacidade.
Segundo o biólogo Tarcísio Cordeiro, o
pirarucu é incomum na Paraíba. A espécie é natural da Amazônia e foi
introduzida no estado. Por ser um peixe de grandes dimensões, o
comprimento quando adulto costuma variar de dois a três metros, e o peso
pode chegar até 200 quilos.
É o que pretende Salomão. As espécies
chegaram nas suas propriedades na zona rural de Coremas com,
aproximadamente, 500 gramas. Foram colocadas em tanques e reservatórios,
com o objetivo de crescer e atingir o peso ideal para a reprodução.
Segundo o pescador, o açude de Coremas
não oferece mais a possibilidade da pesca. “Com a degradação da
barragem, passamos a criar os peixes”, disse Salomão. Eles são vendidos
em mais de vinte cidades da Paraíba e repassados até para outros
estados.
São seis peixes que variam de 62 a 40
quilos. No entanto, esse não é o máximo que ainda podem atingir. O
objetivo de Salomão é que eles cheguem na Semana Santa de 2019 com, pelo
menos, 100 quilos. “Quero fazer o cruzamento natural e revender”,
explicou. Essa será a primeira reprodução dos pirarucus.
Além dos pirarucus, Salomão também cria
em reservatórios outros peixes, como pangasyus, tambatinga e surubim.
Para levantar os mais pesados, é preciso de ajuda. No último domingo
(25), a transferência do pirarucu de 62 quilos de um tanque para o outro
foi motivo de atração na propriedade rural de Salomão.
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