Entre
março de 2020, quando começou a atender pacientes sintomáticos
respiratórios no setor de isolamento Covid, e o último dia 31 de março, o
Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos
(CHRDJC) já internou 1505 pessoas suspeitas ou com diagnóstico
comprovado de coronavírus e deu alta a 1018 pacientes. O pico de
internações se deu no mês passado, quando 198 pessoas foram internadas
na unidade, que é referência para casos de Covid-19 no sertão do estado.
Neste mesmo mês, o Complexo registrou o maior número de altas (115) e
também de óbitos com 83 mortes por complicações respiratórias
decorrentes do coronavírus. “O pico máximo de internações altas e óbitos
foi em março último, não apenas no Complexo, mas, em todo o país,
quando se observou um grande aumento no número de casos de internação,
inclusive, com recorde de óbitos, infelizmente”, destaca o diretor geral
do Complexo, Francisco Guedes.
De
acordo com o relatório de gestão da unidade, que contabilizou os dados
referentes as internações nos últimos doze meses, o número de altas em
relação aos 1505 atendimentos, neste período, ficou em 68% e o
percentual de óbitos em 32%. “Não podemos comemorar esses dados porque
não devemos esquecer que 488 vidas se foram, mas os dados nos mostram
que, efetivamente, mais que dobramos as altas em relação aos óbitos. O
ideal seria que não tivéssemos nenhum óbito, mas a Medicina, apesar de
todos os avanços, também tem seu limite. O fato é que embora numa
pandemia e com os óbitos que ocorreram não haja motivos para festejar,
saber que acolhemos e conseguimos tratar 1018 pacientes, dos 1505 que
estiveram conosco, já é um alento muito grande”, destaca Francisco.
O
médico Pedro Augusto, que desde o ano passado atua na linha de frente
do setor de isolamento Covid do Complexo, e que estava de plantão no dia
e assinou a alta de número 1000 do setor, lembra que chegar a essa
marca foi um marco para todos os envolvidos no atendimento com os
pacientes de Covid. “Não deixa de ser uma vitória chegarmos a esses
dados, embora não haja comemoração quando se trata de uma doença que
está matando muita gente, mas chegar as 1000 altas e constatar que o
percentual de altas é muito superior e mais que o dobro de óbitos, nos
dá a certeza e a consciência de que estamos lutando contra essa doença e
vencendo na maior parte dos casos, mas também nos traz muita reflexão,
medo e preocupação porque a gente constata a dimensão desta doença aqui
em nossa região”, disse Dr. Pedro. Para o médico, a experiência de
vivenciar todo esse processo traz muitas lições. “A gente vê pessoas que
entram e não se despedem de suas famílias, outros que conseguem superar
a doença, felizmente, em maior número, pacientes idosos e com
comorbidades que superam, outros adultos jovens que não resistem e isso
tudo assusta”, afirma ele.
Dr.
Pedro lembra ainda a importância das pessoas redobrarem o cuidado,
mantendo-se vigilantes, usando máscaras, fazendo uso do álcool gel,
evitando aglomerações. “A gente percebe que a doença é cíclica e que
quando as pessoas se descuidam mais, poucos dias depois a gente começa a
observar o aumento exponencial dos casos no setor. Mesmo com o aumento
dos leitos do hospital, da UPA de Patos, se a população não tiver
consciência, esses leitos serão rapidamente ocupados como já estão
agora, quando atingimos 100% de nossa ocupação de UTI Covid”, alerta Dr.
Pedro.
Balanço Covid Complexo
Em
março de 2020, o Complexo realizou 82 internações com pessoas
sintomáticas respiratórios no setor Covid, deu 55 atlas e registrou 27
óbitos. Em abril, do dia 1º ao dia 30, foram atendidas 130 pacientes no
isolamento, com 104 altas e 26 óbitos. Em maio, entre os dias 1º e 31,
ocorreu um pico de atendimentos com um total de 146 internações, 99
altas e 47 óbitos. Em junho, do dia 1º ao dia 30, foram mais 122
internações, com 74 altas e 49 óbitos. Em julho, do dia 1º ao dia 31,
124 pessoas foram internadas no setor Covid com problemas respiratórios,
com indicação ou comprovação da Covid-1, 84 tiveram alta e 40 morreram.
Em agosto, do dia 1º ao dia 31, 115 pacientes foram internados, 74 com
seguiram se curar e 41 faleceram.
Os
dados de 1º a 30 de setembro de 2020 apontam que 76 pessoas foram
internadas, 52 tiveram alta e outras 24 morreram por complicações da
doença. Do dia 1º de outubro ao dia 31, ocorreram 36 internações no
isolamento Covid, 33 tiveram alta e outras três faleceram, sendo esse o
mês de menor número de atendimentos entre os doze meses de serviços do
setor Covid da unidade. Do dia 1º ao dia 30 de novembro, ocorreram 88
internações, 63 altas e 25 registros de óbito. Entre os dia 1º e 31 de
dezembro, foram 133 internações, 89 altas e 44 óbitos.
Entre
os dias 01 e 31 de janeiro, foram 124 internações, 85 altas e 39
óbitos. Em fevereiro, entre os dias 1º e 28, foram registrados 131
internações, 91 altas e 40 óbitos. Em março último, o mês de maior
registro em todos os três parâmetros, o setor de isolamento Covid do
Complexo teve 198 internações, 115 altas e 83 mortes.
“As
medidas restritivas de circulação e de funcionamento do comércio,
empresas e empreendimentos nos últimos 15 dias, por causa dos decretos
do Estado e municípios, devem ter contribuído para reduzir a circulação
do vírus e, consequentemente, isso deverá se refletir nos próximos dias
na redução do número de infectados. Essa é, pelo menos, a expectativa
das autoridades sanitárias e a nossa, mas é preciso que a população não
relaxe mantendo os cuidados e medidas preventivas, como o uso de
máscaras, a higienização constante das mãos e a obediência ao
distanciamento seguro entre as pessoas pode ajudar a reduzir o contágio.
A nossa preocupação é que não adoeça tanta gente, num mesmo tempo,
porque a capacidade de atendimento das unidades de saúde é limitada”,
reitera Francisco Guedes, lembrado que o Complexo tem 32 leitos de UTI e
outros 32 leitos de enfermaria Covid e que o Hospital Noaldo Leite que
funciona, atualmente, como um anexo do Complexo no suporte ao
atendimento de pacientes com coronavírus, tem mais cinco leitos de UTI e
outros 12 de enfermaria clínica Covid.
Assessoria
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