Novos tratamentos e nova vacina foram aprovados nesta terça-feira pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Uma nova vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) ampliou a proteção contra o papilomavírus humano (HPV). O novo
medicamento é o Gardasil 9 que inclui cinco novos subtipos na proteção
com o HPV. Além dele, a Anvisa também aprovou novos medicamentos para
tratamento de câncer.
Vacina
O HPV vírus é o principal fator associado aos cânceres de útero, da
vulga, da vagina e do ânus. O Gardasil 9 foi aprovado com indicação para
meninos e meninas de 9 a 26 anos. O ideal é que a imunização contra o
HPV seja feita antes do início da vida sexual, já que o HPV é
transmitido por meio de relações sexuais.
A nova vacina inclui os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, além dos
subtipos 6, 11, 16, 18 que existiam na versão anterior do produto. A
vacina foi registrada pelo laboratório Merck Sharp & Dohme
Farmacêutica Ltda.
Câncer
Quatro novos medicamentos foram aprovados nesta terça. Os produtos
são inéditos no país e ampliam as variedade para o tratamento de
diferentes tipos de câncer.
Os novos medicamentos são a lenalidomida, o durvalumabe, o
olaratumabe e o netupitanto associado com a palonosetrona. Os produtos
chegarão ao mercado de acordo com a programação de cada fabricante.
Revlimid® (Lenalidomida)
O medicamento é indicado, em combinação com a dexametasona, para o
tratamento de pacientes com mieloma múltiplo refratário ou recidivado
que já tenham recebido pelo menos um tratamento anterior. A lenalidomida
também é indicada para pacientes com anemia dependente de transfusões
decorrentes de síndrome mielodisplásica.
Controle especial
Antes de registrar a lenalidomida, a Anvisa definiu regras
específicas para o seu controle, pois este medicamento pode provocar
malformação congênita grave. Ou seja, o uso pode levar ao nascimento de
bebês malformados e também à morte dos recém-nascidos. Esses efeitos são
chamados de teratogênicos.
Akynzeo (netupitanto + palonosetrona)
O netupitanto + palonosetrona foi registrado com o nome comercial de
Akynzeo. Este novo medicamento é indicado para a prevenção de náuseas e
vômitos agudos ou tardios em pacientes que estão passando por
quimioterapia.
Indicação do Akynzeo
Prevenção de náusea e vômitos agudos ou tardios associados com
quimioterapia antineoplásica altamente emetogênica baseada em cisplatina
ou associados com quimioterapia antineoplásica moderadamente
emetogênica.
Imfinzi (durvalumabe)
O durvalumabe foi aprovado com indicação para o tratamento de
pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático que
tiveram prograssão da doença durante ou após a quimoterapia à base de
platina.
O produto também é indicado para pacientes que tiveram progressão da
doenças em até 12 meses de tratamento neoadjuvante ou adjuvante com
quimioterapia contendo platina.
Como funciona o durvalumabe
O medicamento é um imunoterápico constituído por anticorpo monoclonal
humano (mAb) que se liga ao PD-L1 e bloqueia sua interação com o PD-1
nas células T e CD80 nas células imunes. Tal mecanismo antagoniza o
efeito inibitório de PD-L1 nas células T humanas primárias, resultando
na proliferação restaurada e liberação da interferona gama.
A expressão de PD-L1 é uma resposta adaptativa que ajuda os tumores a
evitar a detecção e eliminação pelo sistema imunológico, visto que a
ligação de PD-L1 ao PD-1 nas células T ativadas libera um sinal
inibitório às células T, protegendo assim o tumor da eliminação
imunológica. PD-L1 também pode inibir as células T através da ligação ao
CD80.
Lartruvo (olaratumabe)
Este também é um produto biológico novo indicado para pacientes com
sarcoma de tecido mole avançado, que não podem fazer radioterapia ou
passar por cirurgia e que não foram previamente tratados com
antraciclínicos.
Como funciona o olaratumabe
O medicamento é um anticorpo monoclonal que reconhece e liga-se
especificamente a uma proteína conhecida como receptor-a do fator de
crescimento derivado das plaquetas (PDGFR-a).
O PDGFR-a encontra-se em grandes quantidades em algumas células
cancerígenas, nas quais estimula o crescimento e divisão das células.
Quando olaratumabe se liga ao PDGFR-a, pode impedir o crescimento e a
sobrevivência das células cancerígenas.
Fonte: Portal Correio