A maioria dos venezuelanos de até 5 anos de idade está desnutrida, de
acordo com um relatório divulgado pela Comissão Interamericana de
Direitos Humanos. O documento cita, além da fome, falta de cuidado
médico e tortura no país.
O número significa que 70% da crianças estão desnutridas, e 15%
apresentam quadro agudo de desnutrição. A conclusão tem como base dados
de quatro de 23 Estados venezuelanos.
Além de fazer recomendações ao país, a CIDH pede a solidariedade
internacional, em especial de países que estão recebendo imigrantes
venezuelanos, fugidos de uma das mais graves crises econômicas e sociais
daquele país, como o Brasil.
Leia mais sobre o relatório na reportagem da Reuters:
Comissão de Direitos Humanos pede restauração da ordem constitucional na Venezuela
(Reuters) - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
descreveu a situação na Venezuela como "alarmante" em um relatório
divulgado nesta segunda-feira em que documentou aumento da pobreza,
escassez generalizada, detenções arbitrárias e tortura, e exortou o
governo a restaurar a ordem constitucional.
O relatório "Institucionalidade Democrática, Estado de Direito e
Direitos Humanos na Venezuela" é o terceiro da CIDH sobre a nação
petrolífera e "está relacionado com a grave deterioração da vigência dos
direitos humanos e a grave crise política, econômica e social que o
país enfrentou nos últimos dois anos e especialmente em 2017", de acordo
com o texto.
A CIDH dá 76 recomendações no relatório de 267 páginas e chama o
governo do presidente Nicolás Maduro a "restaurar a ordem
constitucional, garantindo independência e equilíbrio de poderes, a
participação política sem discriminação".
As estatísticas mostram "uma imagem muito mais alarmante", disse a
CIDH, garantindo que, em 2014, "48 por cento das famílias estavam em
condições de pobreza; em 2015, o índice subiu para 73 por cento; e em
2016 atingiu 81,8 por cento. Desse total, 51,51 por cento estava em
situação de pobreza extrema".
"Uma crise econômica não é desculpa para que um Estado deixe de dar
atenção prioritária aos direitos à alimentação, saúde e outros", disse
Soledad García, uma das autoras do relatório durante a apresentação dos
resultados para a imprensa em Washington.
A Venezuela enfrenta uma recessão econômica agravada por hiperinflação e
falta de alimentos e medicamentos, problemas que a oposição atribui a
medidas governamentais deficientes.
O governo não respondeu imediatamente aos pedidos da Reuters de comentários sobre o relatório.
Brasil 247
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