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Gaza: ONU teme que tensão piore e pede investigação independente sobre mortes


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu uma investigação independente e transparente sobre as mortes e feridos em Gaza na sexta-feira (30), disse seu porta-voz em um comunicado. 

"Ele também apela aos interessados ​​a se absterem de qualquer ato que possa levar a mais baixas e, em particular, a quaisquer medidas que possam colocar civis em perigo", disse Farhan Haq, porta-voz da ONU. 

O confronto de sexta-feira (30) ocorreu no primeiro dia de seis semanas de protestos da chamada "Marcha do Retorno", manifestação contrária à ocupação israelense. Organizada oficialmente pela sociedade civil, a manifestação é apoiada pelo Hamas, o movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza.
 
Segundo a Associated Press, esse foi o dia mais sangrento em Gaza desde a guerra travada na fronteira em 2014. Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram feridos no protesto.

O protesto na fronteira de Israel está previsto para continuar até o dia 15 de maio. Tendas de campanha foram montadas a uma distância de cerca de 700 metros da fronteira, mas os manifestantes palestinos têm realizado demonstrações a cerca de 200 metros do território israelense, na fronteira entre Gaza e Israel.

Força letal só como último recurso

A ONU também afirmou na sexta-feira (30) que teme que a situação em Gaza se deteriore nos próximos dias e pediu que Israel só utilize "força letal" como último recurso. 

As afirmações foram feitas pelo subsecretário de Assuntos Políticos da ONU, Tayé-Brook Zerihoun, em uma reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança para analisar a violência registrada na Faixa de Gaza. 

A reunião do Conselho de Segurança seria fechada, mas, ao não haver consenso sobre a publicação de uma declaração conjunta no fim do encontro, decidiu-se que o encontro fosse aberto. 

 No relatório apresentado ao Conselho, Zerihoun fez um relato das diferentes informações recebidas pela ONU sobre os incidentes violentos e disse que estava monitorando de perto a situação.
"Existe o temor que a situação possa se deteriorar nos próximos dias. É imperativo que as crianças não sejam utilizadas como alvo", afirmou o subsecretário de Assuntos Políticos da ONU.
Zerihoun pediu que as tropas israelenses assumam uma postura de "máxima contenção", a fim de evitar mais mortes. 

"A força letal só deve ser usada como último recurso", disse Zerihoun, que pediu uma "adequada investigação" sobre os fatos ocorridos hoje. 


Por G1 

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