Os militares das forças integradas de segurança devem deixar definitivamente a comunidade de Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro,
daqui a duas ou três semanas, informou o coronel Carlos Frederico
Cinelli, chefe de comunicação do Comando Militar do Leste (CML), na
manhã desta terça-feira (20).
Há quase um mês, homens das Forças Armadas entraram na comunidade nas
chamadas operações de estabilização do território. Em entrevista à TV
Globo no dia 7 de março, o interventor federal no Rio de Janeiro, general Braga Netto, afirmou que a experiência na Vila Kennedy seria usada como modelo para a intervenção na segurança do estado.
Segundo Cinelli, atualmente cerca de 50 militares fazem o patrulhamento
diário na Vila Kennedy, junto com efetivo semelhante de policiais
militares. As primeiras operações do Exército chegaram a contar com 1,4
mil homens, que trabalharam principalmente na retirada de obstáculos e barricadas das ruas da comunidade.
O coronel afirma que houve redução no número de roubos de veículos e
cargas na região, mas diz que "ainda não temos os dados consolidados do
Instituto de Segurança Pública (ISP)". "Aumentou a percepção de
segurança na comunidade. Há um decréscimo gradual do número de militares
na Vila Kennedy. Ou seja, os militares vão saindo enquanto a PM vai
entrando gradativamente na comunidade."
Fases da operação na Vila Kennedy
Cinelli afirmou que, na primeira fase da operação, os militares
trabalharam na retirada de barricadas e obstáculos para permitir o livre
acesso não só dos moradores, mas dos carros de polícia e da entrada de
serviços na Vila Kennedy.
Na segunda fase, com cerca de 300 homens, foi feito o trabalho social
de ordenamento da comunidade e recuperação da estrutura da Unidade de
Polícia Pacificadora (UPP). E agora, os militares fazem o patrulhamento
diário junto com os PMs.
O coronel informou que ações de estabilização de território semelhantes
a realizada na Vila Kennedy estão sendo planejadas, mas que nada impede
que haja deslocamentos para operações pontuais em outras regiões do
estado. Segundo ele, tudo vai depender dos dados coletados pela
inteligência e dos acontecimentos relativos à segurança no Rio de
Janeiro.
Desde o dia 12 deste mês, os militares passaram a fazer o patrulhamento diário na comunidade.
Ao todo, cerca de 300 militares participaram de ações da Vila Kennedy
diariamente na semana passada. A fiscalização durante o dia ficou sob o
comando das tropas militares e, à noite, a Polícia Militar ficou
responsável pela segurança pública na região.
Desde o final de fevereiro, agentes das forças de segurança fazem
operação na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. As primeiras ações na
comunidade ganharam destaque após os militares tirarem fotos de moradores e seus documentos para checar se eles tinham antecedentes criminais.
Na entrevista concedida no início do mês, o general Braga Netto afirmou
que o objetivo da ação na Vila Kennedy era a "retirada do impeditivo de
entrar na comunidade" para "trazer todo o estado para dentro". "Quando
falo estado não é somente a parte policial. A parte policial é
importante para dar segurança, mas é o restante do serviço do estado e
da prefeitura que tem de entrar".
Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio
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