"Se os recursos prometidos forem entregues a nós, os resultados irão
aparecer", garantiu o secretário de Segurança, o general Richard Nunes,
durante a posse do coronel Luís Cláudio Laviano, como novo comandante da
Polícia Militar do RJ. A atuação do governo federal na segurança do Rio
de Janeiro está prevista para durar até 31 de dezembro.
Quando o presidente da República, Michel Temer assinou o decreto da
intervenção encontrou uma situação caótica na segurança pública do Rio.
- Assaltos e arrastões no carnaval
- Policiais desmotivados
- Polícias sucateadas
Após 30 dias o quadro mudou pouco. De prático, novos nomes assumiram as
chefias das duas instituições. Mas nas ruas os crimes praticados ainda
deixam nas pessoas um clima de insegurança. Apenas na noite de
quarta-feira (14), no período de 2h, três homicídios em diferentes
bairros do Rio assustou as pessoas: Na Barra da Tijuca, Marcelo Diotti da Mata, foi morto no estacionamento de um restaurante; Claudio Henrique Costa Pinto, de 43 anos, empresário do ramo de transporte, foi vítima de um assalto diante do filho de quatro anos, no Cachambi, Zona Norte da cidade e a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes.
No dia seguinte ao assassinato da vereadora, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que o crime não atrapalhará a intervenção. Já o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, prometeu que os responsáveis vão para a cadeia.
Além desses três assassinatos, este primeiro mês foi marcado por outros casos de violência:
- Rebelião na Cadeia Milton Dias Moreira, em Japeri
- Tiroteios em comunidades como a Praça Seca, em Jacarepaguá
- Arrastões e assaltos na Linha Amarela e na Avenida Brasil
Um desses ataques nas vias expressas resultou na morte do sargento das
Forças Especiais do Exército Bruno Cazuca, de 35 anos. O militar foi
surpreendido por homens armados em um arrastão. A morte do sargento
levou a PM a fazer uma operação na Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade,
onde recuperou a arma do militar.
Após comandar a operação, o
subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), da Vila
Kennedy, o segundo tenente Guilherme Lopes da Cruz, de 26 anos, foi
surpreendido por homens armados quando parou para fazer um lanche.
De acordo com policiais do 18°BPM (Jacarepaguá), que foram acionados
para a ocorrência, a vítima teria sido abordada por dois criminosos.
Desde então, o Exército iniciou uma série de operações na Vila Kennedy -
seis até o momento. São idas, para a retirada de barreiras, mapeamento e
ações contra traficantes. Durante uma dessas ações chamou atenção a prática dos militares de tirar fotos de moradores.
Órgãos como a OAB-RJ e a Defensoria Pública questionaram, mas, segundo o
comando da intervenção não se trata de um "fichamento", e sim um
processo para acelerar a consulta a antecedentes criminais sem levar
pessoas às delegacias.
De acordo com o general Braga Netto, o Rio é "um laboratório para o Brasil"
As primeiras ações da intervenção
- Mudanças nas chefias das polícias Civil e Militar
- Operações na favela Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio
- Apreensões de armas e munições pela Desarme e PRF nas rodovias de acesso ao Rio
Opiniões das autoridades
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, fez, nesta quinta-feira (15), um balanço sobre o primeiro mês de intervenção ao ser questionado por jornalistas.
"Imbecil é quem imaginou que em 30 dias nós teríamos solucionado a
questão da violência no Rio de Janeiro, essa nunca foi a nossa
pretensão, nós temos um trabalho de longo curso, ele será realizado",
afirmou o ministro.
À tarde, no Rio, o ministro Jungmann afirmou que "os resultados existem
e vão ganhar cada vez mais visibilidade". "A intervenção nunca se
propôs a fazer mágica. Se propôs a trabalho, trabalho, trabalho",
comentou o ministro.
G1/Rio
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