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BNDES aprova fusão entre Fibria e Suzano, que cria nova líder mundial em celulose

Complexo com duas linhas de produção da Fibria em Três Lagoas, MS (Foto: Fibria/Divulgação)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quinta-feira (15) que aprovou a fusão entre as empresas Suzano e Fibria. A operação une as duas maiores empresas de celulose do país e transforma a companhia resultante em líder mundial em celulose de mercado.


As negociações foram conduzidas pela BNDESPar, subsidiária de participações acionárias do BNDES, e pela Votorantim S/A. As duas empresas compartilham o controle da Fibria. 

A fusão sela uma vitória da Suzano sobre a holandesa Paper Excellence, que chegou a fazer uma proposta para comprar a participação da BNDESPar na Fibria Celulose. A oferta formal avaliou a empresa brasileira em R$ 40 bilhões.

O negócio

Pelo acordo entre Fibria e Suzano, o BNDES receberá parte do pagamento em dinheiro, cerca de R$ 8,5 bilhões, e parte em ações da companhia resultante. O acordo, informa o banco de investimento, assegura ainda que acionistas minoritários recebam dinheiro e ações nas mesmas condições dos controladores. 

O BNDESPar seguirá com participação de 11% na empresa, posição que poderá ser vendida no futuro. Segundo o BNDES, a operação é garantida por consórcio de bancos privados e sua conclusão está sujeita à aprovação de agências antitruste.

Exigências

Segundo o BNDES, foram negociadas melhorias de governança, que incluem a aprovação de uma política de indicação de conselheiros independentes. 

A companhia resultante deverá, por contrato, manter, no mínimo, o mesmo padrão de responsabilidade socioambiental em que as duas empresas já eram referência.

Aracruz + Votorantim

O BNDES foi uma peça-chave para a criação da Fibria, empresa que nasceu da fusão de Aracruz e Votorantim em 2009. O negócio foi realizado para evitar que a Aracruz quebrasse após registrar perdas significativas em operações com derivativos financeiros (hedge cambial). 

A Votorantim já tentava comprar a Aracruz há um ano, mas também perdeu dinheiro com derivativos e precisava do apoio do BNDES para conseguir suportar o negócio. 

Diversas grandes empresas brasileiras exportadoras perderam bilhões com operações de derivativos cambiais em 2008. Como elas têm custos em real e receitas em dólar, é normal que essas empresas façam hedge cambial para proteger seus negócios de oscilações no câmbio. O problema foi que a diretoria financeira dessas companhias permitiu que elas especulassem com essas operações e assumissem posições acima do necessário. 

Esses instrumentos financeiros têm seus preços de negociação baseados na cotação futura de algum outro ativo (ações, câmbio ou juros), usado como se fosse um seguro de preço. O objetivo desse tipo de transação é proteger o investidor contra variações de taxas, moedas ou preços.

Disputa com a Paper Excellence

A Fibria era disputada também pela Paper Excellence, que chegou a oferecer, em sua última oferta, R$ 71,50 por ação da empresa. O valor significava um avança em relação à proposta de R$ 67, feita na segunda-feira (12). A empresa é controlada pela família Wijaya, que também é dona da Asia Pulp & Paper Company. 

Se a oferta da Paper Excellence fosse aceita, a Fibria provavelmente seria retirada da bolsa paulista. A oferta da Suzano, por sua vez, garantia o fortalecimento do mercado de capitais, afirmou o BNDES. 

Outra razão fundamental para os acionistas terem se inclinado para a oferta da Suzano era a preocupação com a falta de financiamento firme pela Paper Excellence, informaram à Reuters fontes familiarizadas com as negociações. 

O BNDES solicitou que a holandesa comprovasse como a oferta seria financiada com documentos bancários. A empresa sugeriu pagar uma multa de US$ 1,2 bilhão caso não obtivesse o financiamento, mas isso não convenceu o banco. 


*com informações da Reuters
No G1 

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