Cerca de 500 imigrantes venezuelanos foram vacinados contra o sarampo
em Boa Vista nos últimos quatro dias, informou nesta quinta-feira (15)
Francinete Rodrigues, superintendente de Vigilância em Saúde de Boa
Vista.
A medida é para evitar que a doença se espalhe, já que uma bebê venezuelana foi diagnosticada com sarampo e está internada no Hospital da Criança Santo Antônio, na capital. A vacinação é feita pelo município e estado.
As ações devem continuar nesta quinta e sexta (16) no abrigo do
Tancredo Neves onde vivem cerca de 600 imigrantes, segundo o governo.
Além dos venezuelanos que foram vacinados, a prefeitura espera imunizar
outros 700 imigrantes que estão vivendo na praça Simón Bolivar, na Zona
Oeste da capital.
A medida é feita desde a última segunda-feira (12), mesmo dia em que a
Secretaria Municipal de Vigilância em Saúde soube do caso da bebê
internada com sarampo.
Nesta manhã, cerca de 20 representantes das secretarias estadual e
municipal de Saúde se reuniram na Coordenação Geral de Vigilância em
Saúde (CGVS) para debaterem um plano de ação de combate e controle da
doença em Roraima.
Venezuelanos chegam ao estado fugindo da crise econômica e política que
o país enfrenta desde 2015. A prefeitura de Boa Vista estima que 40 mil venezuelanos vivem atualmente na capital.
Na quarta (14), o governo cobrou criação de barreira sanitária em Pacaraima, onde centenas de venezuelanos entram no país em busca de refúgio, emprego e melhores condições de vida.
Desde dezembro do ano passado há um surto de sarampo na Venezuela o que fez com que o estado ficasse em alerta para casos vindo do país vizinho.
Na reunião de hoje, foram definidas algumas ações da prefeitura e do
governo. Uma das medidas que devem ser implementadas em breve é a busca
de pacientes que apresentaram sintomas do sarampo nos últimos 30 dias em
todas as unidades básicas de saúde de Boa Vista.
A informação foi repassada pela coordenadora da CGVS, Daniela Sousa.
Uma equipe especializada em investigação epdemiológica de campo do
Ministério da Saúde deve vir a Roraima para auxiliar na coleta dos
dados.
"Se a gente 'perdeu' algum paciente que tinha sintomas do sarampo, a
gente vai correr atrás dessas pessoas", sustentou Daniela.
Ela afirmou ainda que caso sejam identificados pacientes com os sintomas, eles deverão ser localizados para serem examinados.
Outra ação anunciada é uma criação de uma nota técnica para
profissionais da Saúde sobre os sintomas e como a doença deve ser
diagnosticada corretamente.
Daniela afirmou que a orientação deve ser finalizada na tarde desta
quinta para ser enviada às unidades de saúde públicas e particulares.
Além disso, a prefeitura de Boa Vista deve fazer uma 'busca ativa', em
que os profissionais devem visitar os abrigos e praças da capital para
atender os imigrantes que vivem nesses locais.
O Brasil estava com o sarampo erradicado desde o ano de 2015 e os
últimos casos também haviam sido importados. Em Roraima, no mesmo ano,
um homem de 40 anos contraiu doença após viajar de férias ao Nordeste brasileiro, onde o surto ocorreu. Até então esse tinha sido o último caso registrado no estado.
Em nota enviada ao G1 nesta quarta (14), o Ministério da Saúde informou que acompanha o caso
da bebê diagnosticada com sarampo e "dará suporte às ações de
prevenção, controle e investigação do estado, como vacinação de bloqueio
dos contatos e busca retrospectiva de outros casos suspeitos".
G1 RR
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